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Raízes do Rio e o florescimento em meio à pandemia

Saiba como a ASPLANDE vem trabalhando para capacitar mulheres durante o isolamento social 

Por Paula Félix

Há quem pense que, em meio a uma pandemia e trabalhando de casa, seja mais difícil fazer a diferença. A ASPLANDE mostra o contrário: mesmo de “home office”, o trabalho não parou. Em tempos tão difíceis, um dos seus maiores objetivos foi pensar em campanhas emergenciais e soluções para a pós-quarentena. 

Desde 1992, ano de sua criação, a ONG vem procurando capacitar empreendedoras de baixa renda do Rio de Janeiro para alcançar o seu maior potencial. Nas circunstâncias atuais, o trabalho passou de presencial para online, por meio de mentorias e formações oferecidas gratuitamente.

De artesã a empreendedora

Em 1997, a ASPLANDE inaugurou o Programa Rede Cooperativa de Mulheres Empreendedoras, que busca fortalecer empreendimentos e cooperativas populares relacionados a diferentes atividades e liderados especialmente por mulheres. Até os dias atuais, mais de 700 empreendedoras já foram auxiliadas pelo programa, que envolve os ramos da culinária, artesanato, costura, reciclagem e serviços. Além disso, incentiva a cooperação entre as participantes, oferecendo um espaço para que elas estabeleçam parcerias e troquem conhecimento. 

Foi justamente desse espaço de troca que surgiu o Raízes do Rio, marca que faz parte da Rede Cooperativa de Mulheres Empreendedoras. As artesãs utilizam técnicas e materiais sustentáveis e são guiadas por meio de oficinas e palestras para melhor desenvolver seus empreendimentos, sempre de acordo com o princípio do comércio justo e solidário.

É o caso de Adriana Rodrigues, artesã de 45 anos e moradora de Nova Iguaçu. Para ela, o auxílio do Raízes do Rio foi essencial para que ela aprendesse a gerir a parte financeira do seu negócio, onde trabalha com biscuit. “Asplande segura em nossas mãos e nos ensina a caminhar para que possamos buscar nossos próprio caminhos e seguirmos sempre em frente sem medo. Ela nos dá coragem”, conta.

Ana Claudia Neves também tem muito o que agradecer ao projeto. Ex-catadora do Lixão do Jardim Gramacho, hoje ela é artesã, empreendedora e fundadora do seu próprio negócio, o Criações by Ana. O primeiro contato dela com a ASPLANDE aconteceu quando ela foi convidada a conhecer a organização, durante uma reunião de um coletivo feminista na Baixada Fluminense, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Os carros-chefe do seu trabalho são bolsas exclusivas criadas por ela e chaveiros feministas, uma sugestão da própria equipe da ASPLANDE. Atualmente, são vários os modelos: Frida Kahlo, Malala, Marielle Franco, Tarsila do Amaral, Maria Bonita e outras mulheres inspiradoras.  

O crescimento do negócio “Criações By Ana” e sua jornada de aprendizado como empreendedora trouxeram uma grande oportunidade. Ana Claudia participou do evento TEDX, na Pedra do Sal, como palestrante, e teve a oportunidade de contar sua trajetória, inspirando outras mulheres que também têm o sonho de empreender. 

Mesmo com as atividades presenciais limitadas devido à pandemia, Ana Claudia continua aprendendo online. Sempre presente nas formações e oficinas oferecidas pelo programa de capacitação da ASPLANDE, ela acredita que o conhecimento deve sempre ser passado adiante: “Aprendi a importância de uma logo, como tirar uma boa foto e como postar no Instagram e Facebook… Cada aprendizado que eu tenho eu também passo à frente”.

As que fazem acontecer

Manter um projeto como o Raízes do Rio em pleno vapor durante tempos tão incertos é uma missão difícil. Para isso, a ASPLANDE conta com a ajuda de diversos voluntários que trabalham nas mais diferentes áreas.

Layla Lima, de 30 anos, é designer e voluntária no projeto desde outubro de 2019. Ela conheceu o projeto através de uma professora, que a apresentou para Dayse e Regina, responsáveis pela ASPLANDE. Desde então, uma das suas responsabilidades é o Instagram @raizesdorio, que apresenta as artesãs que fazem parte do projeto e seus produtos, contando um pouco da história de cada uma.

Luelen Cavalheiro e Paula Félix, ambas de 24 anos, conheceram a ASPLANDE através da plataforma Atados, que conecta ONGs e pessoas com vontade de ajudar. Luelen é responsável pelas mídias sociais, ajudando a divulgação do projeto, e Paula toma conta da revisão dos textos e artigos para o site. As três voluntárias são o time de comunicação do projeto Raízes do Rio.

Para Layla, voluntariar é uma experiência gratificante: “Eu amo participar do Raízes é incrível ver como uma rede de mulheres pode ter tanta força! Eu aprendo muito, nos encontros, nas capacitações, na troca com cada uma delas. Eu só ganho fazendo parte da rede”. Luelen gosta de saber que sua ajuda pode transformar a vida de outras mulheres: “Minha parte preferida é saber que com conhecimento que tenho posso mudar positivamente a vida dessas mulheres e isso é incrível”.

O motor da ASPLANDE

Maria Regina Fontes, de 70 anos, já é uma veterana da ASPLANDE, onde trabalha há vinte anos, e uma das coordenadoras do Raízes. Para ela, o Raízes do Rio é mais do que um grupo de produção, é uma família de mulheres unidas pelo trabalho. “Esse projeto mudou a vida de muitas mulheres e outras ainda mudarão suas vidas através desse sonho que se tornou realidade”, conta a artesã, muito grata pela oportunidade de poder dividir seu conhecimento com as alunas.

Cris Santana, artesã de 55 anos e moradora de Belford Roxo, faz parte da ASPLANDE desde 2011. Seu papel é auxiliar na organização da área de artesanato e, claro, receber as novas empreendedoras para que elas se sintam acolhidas.

Poder observar de perto o crescimento das mulheres é um dos seus maiores orgulhos: “Gosto de perceber o quanto se libertam de amarras e descobrem seu próprio valor, suas capacidades”.

A ASPLANDE busca não apenas mudar paradigmas e transformar negócios informais em empreendimentos. Seu objetivo é ampliar um pouco mais, a cada dia, essa rede de cooperação, desabrochando os talentos criativos de mulheres, participantes e voluntárias, e transformando sonhos em realidade.

Endereço:

Rua Álvaro Alvim, 48
sala 806 - Centro, Rio de Janeiro - RJ

Contato:

(21) 2210-1922
asplande@asplande.org.br

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